Mais um dia de sol escaldante, pego minha cesta, minha
bicicleta e saio por entre os campos verdes, onde os pássaros cantam sua
sinfonia, árvores dão seus frutos, para que macacos possam alimentar seus
filhotes, quatis, capivaras convivem em harmonia.
Quando de repente um barulho intenso, substitui o canto
dos pássaros, o aroma de terra molhada do lugar a cheiro de fumaça, as árvores
viram carvão, os pássaros que antes
cantavam alegres, agora vivem tristes em suas gaiolas, e os macacos que só conheciam as diferentes
árvores, agora ganham o mundo através do contrabando, eu olho para mim e a
bicicleta virou um carro que libera uma fumaça que inebria a visão, a cesta do piquenique se transformou numa
cerra elétrica para cortar árvores.
Quando novamente um barulho me acorda e dessa vez é uma
música suave, abro os olhos assustada e vejo que tudo não passou de um sonho,
olho para o relógio e vejo que estou atrasada, vou para o banho e me recordo do
racionamento de água, então cancelo o banho, coloco meu casaco quente, e saio
pelas ruas gélidas de Paris a caminho da conferência do clima.
É o último suspiro do planeta que busca muito mais que
sua própria salvação, busca a salvação de cada de um nós.
Contudo o ser humano é um bicho muito mais irracional do
que se pode imaginar, ao invés de conservar, destrói, no lugar da limpeza ele
suja mais, prefere muitas vezes pagar com a sua vida, do gastar o dinheiro que
ele não levará pagando o preço com sua própria vida.
E então depois de tantas discussões, e oposição, enfim um
consenso, mais um tratado são acertados, dentro de mim a pergunta continua a
mesma, será que esse vai ser apenas mais um acordo que ficará no papel, e então
rapidamente me lembra do sonho e em silêncio faço uma pequena prece, para que
apenas dessa vez eu esteja errada.
By: JessOliveira
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