"Sou uma pessoa insegura, indecisa, sem rumo na vida,
sem leme para me guiar: na verdade
não sei o que fazer comigo mesma"
Clarice Lispector
Dizem que o maior desafio do
jornalista é a página em branco. Acho que estou começando a entender isso.
Fazem dias, semanas, se não meses que não sento na frente do computador para
escrever para o blog. Não me faltam histórias, reflexões, episódios dignos de
serem aqui descritos. Não me falta tempo, inspiração ou vontade, na verdade não
sei dizer o que falta. Será o medo da página em branco, será o medo do que as
pessoas acharão de meus textos, será o medo que ninguém leia, ou que no futuro
isso me envergonhe? Não sei. Acho que acabei encontrando a resposta devido a
repetição. O que me faz deixar de escrever é o medo.
Os
meus medos derivam da minha insegurança, é sempre por eu achar que o que faço
nunca está bom o bastante. Eu nunca acho que algo ficou bom o bastante.
Provavelmente ao terminar de escrever essas palavras, sentirei vontade não de
postá-las, mas sim de apaga-las. Afinal, quem me garante que quem ler isso irá
gostar? Eu mesmo não gosto do que escrevo, ou de como escrevo, acho que falta
algo, algo que realmente leve alguém a ler e gostar disto. Tenho pelo menos
dois leitores quase fiéis, e que dizem gostar do que escrevo. Nenhum deles é da
minha família, na verdade nenhum deles me conhece pessoalmente. São dois amigos
que a internet e o futebol me deram, um é o cearense mais doido que eu conheço,
o outro é a Jessica que faz o blog comigo (ela é meio obrigada a ler). Os dois
me falam que gostam do que escrevo, mas os dois são meus amigos então será que
não estão só me agradando?
Eu
gostaria de não ser insegura, a insegurança é o que me trava ás vezes, me
impede de arriscar mais, de fazer mais, de mostrar o que tenho para oferecer. A
minha insegurança fez com que ninguém da minha família ficasse sabendo que eu
tenho um blog (alguns agora sabem por postagens nas redes sociais). Mas, acredito
que nenhum deles tenha lido algum dos meus textos. Essa insegurança e até
modéstia é o que me faz não mostrar para essas pessoas tão importantes para mim
o que eu faço de melhor. Não sei se é o que faço de melhor, mas acho que está
entre as coisas que eu melhor faço, junto com ler e estudar.
A
minha insegurança fez com que por muito tempo, praticamente a minha vida toda,
eu não assumisse meus cachos. Vivia com os cabelos presos, com tranças, coques
ou rabo de cavalo. Tudo por vergonha de ter um cabelo diferente, ainda bem que
eu percebi que meu cabelo é bonito assim como ele é. Agora já assumi meus
cachos e fico feliz por nunca ter me rendido aos alisamentos.
Queria
que assim como nesse episódio minha insegurança fosse embora e assim eu poderia
mostrar para todos quem eu sou de verdade!
Jesse
Lopes
PS:
Perdoem o texto confuso, comecei em um assunto e emendei mil outros, mas a
verdade é que não tinha uma pauta real quando abri a página em branco...