2016-04-18

17 de abril de 2016

Fonte imagem: www.brasil247.com
 17 de abril de 2016, 23h07, o derradeiro SIM! O sim venceu, o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff será julgado pelo senado. Em uma votação com mais de 6 horas de duração, foi decidido, ontem, na Câmara dos Deputados por o segmento do processo de impeachment. Uma votação em rede nacional que trouxe mais indignação para a população do que esclarecimentos. Muitos ficaram conhecendo ontem as pessoas que os representam e a primeira impressão não foi muito animadora. 

 "Pelo meu pai já falecido, minha mãe, minha mulher, meu filho que vai nascer e por Deus, eu voto sim". Por mais absurdo que isso possa parecer, pelo menos 70% dos deputados que votaram ontem usaram desse discurso. Parecíamos estar em alguma premiação, um Oscar, onde há dedicatórias pelos prêmios recebidos. Os deputados que resolviam realmente justificar seu voto com base na democracia, constituição ou crime de responsabilidade, eram interrompidos diversas vezes pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. 

 Os discursos dos deputados me faziam pensar se estava vendo alguma espécie de show de humor ou se era realmente uma votação séria de pessoas que deveriam me representar. Os discursos na verdade pouco importava à população, que só queria saber mesmo qual o voto, qual seria o futuro do país e da presidente Dilma. A votação estava prevista para iniciar às 14h, mas tivemos um momento de pronunciamentos dos chefes de partidos e a votação só começou realmente por volta de 17h45. Durante todo o processo o SIM pelo impeachment esteve com grande vantagem à frente, terminando com 367 votos favoráveis e 137 contrários. 

 Não sei o que me deixa mais indignada, se é o fato de Eduardo Cunha, um réu da Justiça Federal, presidir a seção pelo impeachment; ou esse impeachment não ter uma base correta devido a não ter uma comprovação de crime, já que as chamadas ‘pedaladas fiscais' não são crime perante a constituição. Não estou aqui para defender o PT ou a presidente Dilma, mas sou a favor da democracia e da justiça e não vejo nenhuma dessas duas coisas sendo respeitadas nesse processo. Acredito que um presidente eleito democraticamente só deve ser tirado de seu cargo de forma democrática, acho que o povo deveria participar desse processo e não meia dúzia de engravatados que gostam de homenagear a família. 
Jesse Lopes