2016-07-08

Ouvir

   A melhor coisa que eu fiz até agora foi aprender a ouvir histórias...



   Nunca fui social. Sempre quieta, lendo, ou com o celular na mão, reservada, guardando as opiniões sobre os assuntos que saiam nas rodas familiares. Não conversava com estranhos e só faltava morrer quando alguém puxava assunto no ponto de ônibus. Ao escolher profissão, escolhi o ramo da comunicação, bastante irônico eu diria. Me vi tentada a escolher aquela profissão que nunca havia, nem sequer, passado pela minha cabeça. Pelo jornalismo me apaixonei no imediato e novamente me desafiei. 

 Jornalismo é fascinante para mim pela oportunidade de ouvir histórias, descobrir coisas, fatos e contar para as pessoas, emocionar pessoas. Mas, como ouvir histórias sendo antissocial? Foi isso que eu aprendi, eu aprendi a ouvir histórias! Aprendi a olhar para o lado e observar as pessoas em suas curiosas ações cotidianas, aprendi a dar atenção as senhoras na parada do ônibus quando elas puxam assunto. Aprendi a instiga-las para que contem suas histórias, para que me mostrem suas angustias, suas visões, opiniões. Aprendi a ouvir a sabedoria de quem já viveu mais do que eu, de quem tem experiência para falar sobre os mais diversos assuntos. 

  Ouvir histórias nos faz crescer, nos faz amadurecer opiniões, aprender mais todos os dias. Ouvir histórias é fundamental para um jornalista que almeja contar histórias. Mas, ouvir é realmente fundamental para todo e qualquer ser humano. Saber ouvir é muito importante, saber ouvir é o primeiro passo para poder ser ouvido. Saber ouvir a versão do outro nos faz ser humanos melhores, mais tolerantes. E é a tolerância o que vem nos faltando hoje em dia, saber ouvir, aceitar, tolerar o outro e suas atitudes. Vamos ouvir mais antes de falar, ouvir os mais velhos, ouvir os mais novos, aprender sempre e ensinar quando tiver conhecimento. 



Jesse Lopes

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